“O amor é dádiva!”

O amor é dádiva! Ninguém pode amar alguém por mero merecimento ou em busca de benefício próprio. Apenas se dar em amor quando por uma opção em amar simplesmente como opção, como dádiva, como destino! “Como se se descobrisse destinado à amar e escolhesse por amar e aí se desse em amor.”

Jamais vou conseguir por merecimento o amor do outro. Por mais que eu me esforce e tudo que eu faça seja digno desse amor. Todos os meus esforços apontam para um possibilidade de amar a si e à necessidade que se tem do amor do outro. E isso é egoísmo. Só serei amado, por amor, quando o outro descobre-se destinado a amar e decide, escolhe que eu seja o objeto do seu amor, me escolhe como receptor, como possível amado, e se propõe meu amante. Ou seja, só serei amado por uma opção do meu amante. Se o meu amante decidir me amar, então serei amado.

Quando o assunto é romance, algumas perspectivas se unem. Ser amado é aceitar (ou decidir, optar) pela ação do amante, ao mesmo tempo que permitir a si mesmo descobrir-se amante e destinar o seu amor àquele que lhe destinou seu amor primeiro. É claro que o sentimento e as sensações que uma paixão desencadeia quando nos encontramos apaixonados tem suas finalidades; Não se vive sempre apaixonado, e como a paixão desencadeia sensações, pode muitas das vezes apresentar algumas confusas e que nos cause estranhamento, tais como frustrações, medos, anseios, ciúmes e etc.

Porém, geralmente a paixão atenua os riscos da opção e nos torna menos exigente ao decidir. Às vezes por razões reais, às vezes por meras ilusões. Algumas das vezes, nos torna mais afoitos em decidir, como se lutássemos contra o tempo. Noutras, ponderamos suficientemente. Mas amar, mesmo assim motivado e desencadeado pela paixão, nunca deixará de ser uma opção, uma escolha. Ainda que uma escolha cega, pois se espera merecedor mediante ações loucas de “amor”, buscando influenciar, e em alguns casos conseguindo, a decisão do possível amante. O amor somente se dá a partir da decisão do amante. A partir de um decisão, logo, por uma escolha.

Apesar dos esforços, o amor jamais pode ser tomado à força, nem mesmo comprado, visto que é dádiva. Também não se cobra, apenas se recebe. E nisso que pecamos, queremos obrigar nosso amado a receber nosso amor, por que ainda não aprendemos a amá-lo, pois no amor, o amante só se dá. E não perde o amor dado quando esse não é recebido. Erramos também se quando amado, queremos retribuir amor apenas por ser amado, e esquecemos que para me tornar um amante, não basta ter sido amado primeiro, mas sim exige-se de mim que eu escolha amar e doar-me ao meu ente amado. Não apenas como um reflexo do receber o amor de alguém, mas sim como uma escolha autêntica por dedicar-se em amor por alguém, ainda que não receba nada por isso.

Em suma, o amor é DÁDIVA, apenas uma dádiva. Devo aprender a me dar em amor e a receber o amor, sem nada buscar em troca, como unica razão a opção de amar.