FELIZ 12

Enfim, novo ano! Novas oportunidades. Renovo!

O ano 12 é um ano de possibilidades, onde um horizonte de coisas se apresentam. Basta escolher.

Uns casarão, outros mudarão de emprego, de vida, de cônjuge, de cidade, de país. Encontros e despedidas se darão. Problemas serão solucionados, dando lugar para novos desafios e oportunidades. Para muitos a esperança findará, para muitos se multiplicará.

Ano 12, doze meses e muitas outras histórias para contar. Tristes e alegres, boas e ruins, todas nos marcarão, nos ensinarão, levarão parte de nós, nos trarão novos trejeitos e manias, cada qual a seu modo. Histórias.

O meu desejo é que no meio de todo esse emaranhado de vidas, momentos, possibilidades que se apresentam, que se abrem diante de nós, não falte nunca espaço para estarmos gratos!

Grato, satisfeito, reconhecendo em todas as coisas e em todo o tempo, tudo aquilo que merece ser louvado. Expressar a satisfação de estar vivo e vivo desfrutar das possibilidades de modo intenso, verdadeiro e único (pois acredite, cada respirada singular jamais será de novo).

Esse é o ano que eu vislumbro e é assim que eu quero nele estar: Grato!

FALTA DE AMOR VERSUS FALTA DE AMIZADE

Pessoas que conheço curtiram uma frase com a dualidade acima. E declararam a vitória da falta da amizade sobre a falta de amor, no assunto ruína de relacionamentos e casamentos. É falta de amizade e não a falta de amor que arruína relacionamentos! Dogmático e categórico.


Fico pensando sobre essas duas questões que se apresentam. Acho dificil escolher uma delas, e equacioná-las com relacionamento. Muito amor, muita amizade é sinonimo de bom relacionamento? Falta amor, muita amizade, idem? Muito amor, pouca amizade significa ruína e por aí vai?


Gostaria só de pensar um pouco sobre o que é amor, e o que é amizade. Sabendo que, dificilmente vamos esgotar e determinar tanto um quanto o outro. E com isso não quero desmerecer o mérito da frase proposta e de sua intenção, mas apenas ponderar sobre os limites dela. E acredito que, amor e amizade são elementos essenciais para bons relacionamentos, e para mim, a falta de qualquer um deles, dentre outros, é ruína para um relacionamento.


Eu queria pensar numa faceta do amor para considerarmos melhor sobre o mesmo: o Altruísmo. A capacidade de sair de si, para dignificar o outro. Ou a inclinação para obter o bem para o próximo. São Paulo, escrevendo sobre o amor, fala sobre isso, que o amor não busca seu próprio interesse. É dificil falarmos sobre esse ponto, quando o assunto é relacionamento amoroso, por que os amantes estão sempre buscando o seus próprios interesses no outro, o que precisa mudar. Mas no casamento, essa busca pelos próprios interesses deveria transformar-se de busca dos meus para ao menos na busca dos nossos interesses, ou na sastisfação de saber que os interesses do outro suprido supre os meus. Vê como é imprescindível apenas um dentre vários aspectos que o amor é.


Dizem sobre a amizade, sobre o amigo, que é aquele que apesar dos seus defeitos, continua gostando de você, outro poeta diz que amizade não se faz, mas se descobre. O que mais me encanta na amizade é que através dela, você se descobre amando. Ela é o ambiente melhor para se amar, principalmente o amor dos amantes, por que é onde eu escolho o outro sem a menor necessidade do outro, até que eu decida necessitar dele.


É por essa razão que não consigo pensar na equação acima. Sem amor, não existe possibilidade de amizade. Sem amizade, no relacionamento amoroso, o amor perde o sentido. É quase impossivel um relacionamento sem a possibilidade de ambos, amor e amizade, o tempo todo. Um dos desafios para o cristão é de amar seu inimigo, pois é o esforço para desenvolver o amor num ambiente totalmente desfavorável a ele. O que apenas demonstra que a ruína nem sempre é necessária.


Concordo com alguém que disse acerca do verdadeiro amor. O amor está ficando banalizado, mas não o amor verdadeiro. E talvez, o que arruína um casamento, um relacionamento, não seja tão fácil de se escrever em alguns caracteres. Às vezes, queremos respostas fáceis para a vida, mas a vida é complexa demais para uma resposta muito simplista assim. Talvez, o que arruína a nossa vida, é vivermos ela de maneira rasa, pouco autêntica, banalizando-a, querendo torná-la fácil e barata. Viver é caríssimo, meu caro, e todos os seus desdobramentos (relacionamentos, familia, trabalho, vocação) idem!

:ânsia

São montes de palavras que eu insisto em largar na tela do monitor. Quase todas elas sem sentido. Eu pensava que estava falando de amor ou de um sentimento nobre que um dia me traria à dona da minha, minha cabeça lançada numa bandeja somente para os campeões. Aquele que vencer e decifrar essa minha mania de falar em signos. Símbolos, metáforas, línguas e sons, palavras, paráfrases, paradas. Loucura. Tem um homem lendo bem por cima do meu ombro tudo que eu digiro e regurgito. Ele parece que está dentro da minha cabeça e às vezes sopra palavras.

Eu fico sem entender, como esse cara entende bem do meus sentimentos. Ai que necessidade de gritar bem alto o seu nome. Que vontade de te tomar pelas mãos e esfregar meu corpo no seu. E tomar parte do seu cheiro no meu. E tomar parte do seu gosto no meu. E ser só seu, até enquanto puder. Minha cabeça anda mergulhada em sonhos voluptuosos, sem o meu consentimento, sem a minha decisão. E esse homem que me olha pela janela e sempre aparece nos meus sonhos. Ele é quem coloca as mãos sob sua blusa enquanto você sorri. E eu grito com você: Por quê? Por quê? Por quê? E acordo úmido, sujo. Louco, estúpido e ignorante. Não entendi nada, e culpei você pelas minhas palavras sem nexo.

Voltei outro dia. Estava tudo escuro e eu não conseguia me perder, apesar de não saber por onde eu pisava, tinha a certeza que usava o mesmo caminho de antes. Eu estava com medo. E inseguro. Fico louco de ouvir aquele moço sentado bem embaixo da minha mesa e que vive o tempo todo repetindo aquelas mesmas palavras que eu falei e queria apagar da minha memória. Eternamente!

Que desgraça, elas ecoam como se eu estivesse dentro de uma caverna do passado, apesar de que eu estou certo de que aqui não é uma, que não passa da sala de espera de um dentista e agora eu preciso me concentrar no barulho incisivo do maquinário que me aguarda sala adentro. Preciso arrancar fora o siso que me atrapalha o amor. Meu juízo que me atrapalha, me julgo e jogo tudo, tudo contra mim. Apenas contra mim!

Um do outro

Velas nos castiçais,
Flores pelos umbrais
Sombras tão pueris,
Traspassam.
E abraçam os seus abraços
Pelos meus braços

Pernas entrelaçar,
Beijos estralar,
Mãos seguem na estrada,
Suores.
Beijos cálidos,
Nos meus, os seus lábios

Me perco em você
Té sem saber porquê
Em gritos de amores,
Sussurros
Seu corpo domina o meu
Meu corpo dorme no seu

Como dois amantes
Ainda eqüidistantes
Mas somos coabitantes,
Unicorporeo
Nem sei quando sou eu,
Quando é você e eu

Um que disse sobre um pro outro
Que disse um do outro
Que disse
Nem sei mais quem sou eu

Um queria ser mais um do outro
Que sabia um mais que o outro
Que seria
Nem mais eu e você

Um que vive dentro um do outro
Que vive sobre o outro
Que vive
Nem sei mais quem sou eu

Putz! Dia do Amigo!

Hoje é dia do amigo. E daí?! Alguns meses atrás decidi que iria reafirmar minhas grandes amizades. Comecei a contactar aqueles que estão distante, alguns deles eu pude visitar, outros eu gastei um bom tempo no telefone. Tenho quase 30 anos e muitas pessoas passaram pela minha vida, e nessa fase tão intensa que tem sido meus 20s senti a necessidade de projetar o meu futuro e percebi que alguns amigos eu não gostaria que fossem apenas lembranças, mas sim que estivessem por perto quando meus 30s chegarem ao fim.

Nesse processo de restabelecer amizades, reposicioná-las para minha próxima década, fiz algumas descobertas sobre Deus, mim e o próximo:

Preciso aprender mais sobre o próximo, o outro, e algumas palavras vem saltando na minha mente acerca do outro: Dignidade (cada ser humano tem honra e merecimento próprio inerente em si) e Autenticidade (habilidade do ser humano de ser simplesmente e somente ele mesmo), como diria uma amiga, Pessoas valem a pena;  e conectadas a essas palavras, coisas como respeito, valorização, apreciação, diversidade, encorajamento, tempo, relações, começam a fazer sentido diferente no meu dia-a-dia.

Sobre mim, descobri o quanto sou egoísta. E tenho que admitir, como tenho a tendência de achar que as pessoas são para o meu uso, para meu usufruto. Isso me faz temer relacionamentos profundos e transparência.

E sobre Deus, dignidade e autenticidade falam muito de como Ele criou todas as coisas, do quanto ele valoriza comunidade de seres indivíduos (inteiros, não divididos. Nossa! Essa palavra borbulhou de idéias.) Toda a dignidade que o ser humano tem vem d’Ele por isso cada ser humano é autêntico (único).

Pensando acerca disso: Quem são seus amigos? Qual a participação deles em sua história? E até qual página você quer tê-los? Hoje é o dia para torná-los mais reais em sua vida.

Feliz dia!