movimento III ou … esta vontade que não passa


Para todos os lados
Esparramada
Mexe-se
Se move

Para dentro e para fora
Para sempre
E avante
E me envolve

Expande-se
Perde-se
Ganha-se
Ocupa-se

Espaceja
Boceja
Deseja
Mais e mais
E mais e mais
Mais, mais, mais

Centrífuga
E sempre para os lados
Todos os lados
Me sufocando

– Assim, já não há mais espaços!

Em mim já não há
Mas nada, adianta, adianta…

..::pra fora

Todas as formas, desenhos,
detalhes, objetos, figuras,
semelhanças e imagens
que eu vejo,
são meras possibilidades
que estão fora de mim.

Me trazem lembranças
e movem meu interno.
O meu interior se apercebe
pelos modos exteriores
que se apresentam como extensores
daquilo que há dentro
e sempre há possibilidades
naquilo que é de fora.
E eu, sempre crio oportunidades
para ir pra fora de mim.

Seja nos sons ou nas palavras,
nos gestos, ou objetos criados,
iconizando os meus desejos.
Sempre é pra fora,
quando me expresso,
tudo que processado no mais interno
do profundo do eu.

RENOVANDO A ESPERANÇA

Desgastada! É assim que sinto a esperança hoje.

Aparenta-me que todas as coisas, pelo menos quando se vê as noticias na tevê ou na net, tendem a nos sugar o restante da esperança que temos. Falta tanto, falta tudo! Acabamos por nos atentar tanto para a necessidade, e não somente a nossa, mas também a dos outros. Tantos desastres perto demais, que quase podemos sentir o cheiro do caos que nos tem acometido.

O Medo do futuro, do desconhecido. Temos a sensação do futuro em sobressalto, e às vezes podemos achar que isso é expectativa. Hoje esperamos mais a surpresa do que a certeza. Na verdade nossa unica certeza é de sermos surpreendidos a cada dia. E assim nossa esperança se esvai. Aos poucos, vai se tornando algo diferente e estranho. Inominável. Preocupante. Por que não sentimos que não estamos vivendo e sim sendo levados pelos acontecimentos.  Vamos sobrevivendo aos fatos. Somente correspondendo aos sobressaltos.

Precisamos de algo que, urgentemente possa renovar nossa esperança. Eu preciso de algo que renove minha esperança hoje.

Engraçado, pois dia desses estava conversando sobre a vida e alguém me disse sobre alguns sentimentos e opiniões que eram antigas demais diante da realidade que vivemos hoje. Coisa como responsabilidade, compromisso, lealdade, esses valores antigos que se perderam. Fiquei pensando sobre esses valores antigos que temos visto se perder diante de nossos olhos. E num ímpeto dos meus pensamentos falei para essa pessoa, Não são antigos, são Absolutos. Não sãos os valores que se perderam, somos nós que nos perdemos. Nós que abandonamos o Absoluto!

É isto, somente voltar para onde me perdi e redescobrir aquele que pode determinar os absolutos na minha vida é que pode em mim reacender a esperança. Não uma esperança que desconsidera as aflições e sofrimentos, mas uma esperança provocada por elas. Uma antecipação prazerosa sobre aquilo que com certeza, mais dias ou menos dias, há de vir.

Como nos aconselha Paulo, para termos um senso de reconhecimento antecipado sobre as evidências de Deus e suas promessas e realizações por nós e sobre nós, mas termos esse mesmo senso de reconhecimento nas tribulações ou aflições e adversidades pois elas trabalham e produzem paciência que produz experimentação e confirmação dessas verdades, comprovação de que elas são válidas. Que gera mais uma vez, em nós, esperança. Essa antecipação prazerosa sobre aquilo que com certeza, mais dias ou menos dias, há de vir.

Hoje, eu estou precisando de rever essas verdades absolutas de Deus sobre a vida, sobre a realidade, e pacientemente ver renascer em minha alma, a esperança. O senso de reconhecimento e percepção da profunda influência de Deus sobre todas as coisas e seu domínio e poder. E isso que estou buscando hoje.


Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Romanos 5:1-5



NOVO ANO!

Estamos no ano 10. Século 21. Terceiro Milênio. Terceiro dia, 3 horas da madruga. Eu impelido pela falta de sono. Talvez por minha mente inquieta que não para de pensar e avaliar e discutir e perscrutar o indescritível. Sei lá. Tenho tantos sonhos, tantos desejos quantos desafios, que me tiram o sono. Talvez seja esse um efeito do início do novo ano.

Um dos pensamentos acometidos era sobre possíveis mudanças que gostaria de passar neste ano. Engraçado, começa o ano começa as provisões para mudanças e transformações esperadas, começa as elucubrações sobre o inacessível futuro.


Como se fosse capaz prever o imprevisto. Como se pudéssemos tornar real o impossível com as nossas próprias mãos.

Nesse momento insano meu, começo a lançar sobre Deus toda a minha ansiedade, que gerada nessa dantesca (p)ensandecência, e junto começa brotar a expectativa de que talvez seja capaz realizar muito mais do que eu possa pedir ou pensar, como diria Paulo. Instantes envolvidos nesse movimento de lançar, largar mão das minhas ansiedade, caio em mim.

A unica coisa que me limitaria em realizar tantas ou quantas outras é a minha incessante teimosia em excluir Deus das minhas decisões. Em mantê-lo distante o bastante daquilo que eu sonho e desejo. Como se não fosse assunto para ele. Ou como se não fosse importante esses pormenores para Deus, afinal preocupado demais para gastar seu divino tempo em minhas demoras.

Sei que é difícil acreditar, confiar, se lançar. Gastar tempo num solilóquio (acreditamos que ele nos ouve, mas quem vê de longe pensa que estamos falando sozinho) dialogado com Deus. Colocando suas idéias sobre a mesa, ouvir os conselhos e considerações dele. Discutir, reclamar, aceitar, ajustar, discordar e conforma-se a Ele. Ou não. Precisar de tempo, de ouvir opiniões, dos conselhos dos outros. Da comunidade. Do apoio. Dos amigos. E no fim, enfim, conforma-se!

Eis a minha conclusão: Sem Deus, nada podemos fazer. Nem os planos, nem realizações.  Nada poderíamos fazer. Mas Deus quis fazer conhecido a nós esse mistério, de que hoje, agora, podemos participar todas as coisas, todos os nossos sonhos, nossos desejos, nEle. Podemos participar da vida dEle em nós. Em Cristo, agora, nesse exato instantes somos aceitos por Deus, como filhos, dignos da sua presença, da sua opinião em nossas demoras. Cristo em nós, expectativa do sucesso, do êxito, do acerto, da vida abundante, da realidade verdadeira. A esperança da glória.

Essa é um das possibilidades de realizações desse NOVO ANO. Tornar todas as coisa reais nEle, por Ele e através dEle.

ANO DE LUZ

Eis o fim do Ano. Quantas coisas aconteceram. Muitas, boas e ruins. Algumas deixaram marcas, outras supérfluas. Para muitos, ano de prosperidade. Para outros, mesmo que indevidamente, de escassez. Nesse fim de ano, novamente desejaremos a muitos os votos de um novo ano próspero. Mas eu quero desejar para todos, um ANO DE LUZ

Próspero, falar sobre aquilo que vai bem, que se desenvolve bem, favorece, ajuda, que se tem bom êxito, que por sua vez significa resultado ou saída (como no inglês, exit=saída). Apesar de sempre pensarmos em prosperidade mais a titulo de entradas do que saídas. (piadinha infame).Por que a luz tudo manifesta

Luz é aquilo que torna os objetos visíveis, como nós aprendemos em física e os fotógrafos concordariam. Na bíblia, fala-se sobre o Pai das Luzes, aquele em que não há nenhuma variação e nem sombra. Totalmente iluminado. Aquele que torna todas as coisas visíveis, diante de quem nada pode ser escondido, oculto, em quem não pode haver treva alguma. E somos convidados a permanecer na luz assim com o Pai na luz está, e assim poderemos ter comunhão com Deus e com os outros seres humanos. Honestidade. Luz.

Por que a luz tudo manifesta. Daí eu começo a rever o meu ano que finda. Será que muitas das coisas que não tiveram resultados, êxito, não fora por estar oculto, obscuro, em trevas. Talvez faltasse luz para que eu pudesse enxergar todas as saídas, logo, toda a prosperidade. Ou mesmo, pela falta de luz, pela obscuridade e treva que eu me vejo envolvido, que me impeça de ver completamente conforme a verdadeira realidade daquilo que era. Me impedindo a gratidão, me impendido de crescer e aprender com os erros, falhas, não-resultados e tristezas. E também, às vezes, me impedindo regozijar com aquilo que de êxito houve.

Por isso, eu decidi desejar para minha vida e para todos que me rodeiam, e também a você que me segue aqui no blog, me prestigiando com sua participação e presença, que no próximo ano sejamos todos inundados pela luz, que está em Deus. Que todas as coisas sejam esclarecidas e tornem se visíveis, tanto as boas quanto as ruins. E que vendo todas as coisas como realmente são, possamos mudar, transformar nossa tristeza e alegria. E encontrarmos êxito e satisfação! Que nada passe despercebido por nós. E que lúcidos de toda a realidade, possamos passar por um ano repleto de gratidão. Que seja esse o nosso êxito, a saída, o nosso resultado no final do próximo ano: gratidão!

BUSCAS I

Preciso descobrir
Razões, palavras,
Se quer desejos
Que se equiparam
Com sentimentos.

Preciso traduzir,
Se o meu peito bate,
Porquê? Pra quê?
Sem nunca vir nada,
Será que virá?

Mas muitas das coisas que passa pela mão,
Via de regra única estrada,
Não volta, mas desregra e devasta meu coração.

Cada coisa em seu lugar,
No lugar do tempo que esperei,
Alguém.

Cada lugar na coisa certa
Do tempo que jamais se esgota
Onde estará você?

… entre o êxtase e a inércia …

Ali, onde, aparentemente nada acontece, enquanto tudo se define. Ali, quando simplesmente SOU EU!

Estou aqui procurando as palavras para postar. Não as tenho. Procurei algumas idéias para desenvolver e escrever algo relevante, mesmo que somente para mim, e não as encontrei. Não há nada tão novo sobos céus, o que me dá esperança de dias melhores. Eu até recebi algumas opiniões sobre o que escrever – picote, deficit criativo, embargos diplomáticos – mas nada conseguiu me despertar a criatividade para que escrevesse. Mas diante dessas poucas frases mal traçadas me veio duas amedrontadoras palavras: INÉRCIA e ÊXTASE;

Quiçá por Inércia, eu improdutivo e incapacitado de escrever e até mesmo perceber o NOVO e dispô-lo em palavras, sei lá, transformar minhas vivências em sonoras poesias e em movimentos. Sofrendo a impossibilidade de movimentar-me no meu universo, sem defini-lo, sem gesticulá-lo, simplesmente sem tempo, sem vontade, sem necessidade. Apenas sofrendo, passando por, admitindo que tudo aconteça sem muitas possibilidades da minha interferência poética. (risos) Engraçado, nunca imaginei que minhas palavras poderiam em algum momento faltar na vida. Nunca imaginei que interferira tanto na realidade minha e de outros apenas com as palavras, apenas teclas, circuítos e tipografias. Mas agora passivamente, vejo tudo quadrado, tudo passando.

Mas também pode ser que por êxtase, eu estupefacto e arrebatado, incapacitado de escrever simplesmente por perceber o NOVO incontinente, procedente dos gestos e das palavras que indecifráveis, transformam minha vivência de uma vaga indolência por sonoras poéticas que vagam na minha mente estanque. Tantas faces novas nos últimos dias, tantas palavras novas, sentimentos novos, maturidade nova, escolhas novas, desejos novos, futuro novo em folha e bem diferente daquilo tudo que eu programava a anos, meses, semanas, dias atrás. Diante de cada novo tempo, um tempo novo! Onde nada ainda aconteceu! Somente respirei fundo. E nada ainda aconteceu mesmo. Tempo novo, hein! Pensei.

Acho que me descobri nesses dois momentos. Êxtase e Inércia; Ativo e passivo; Louco e desvairado! Estou numa vírgula da minha vida. Imaginem só, estou a menos de um mês para completar 30 anos de existência e ainda não entendi nada da vida. Não sou casado, não tenho filhos, não tenho feitos ousados, ainda nem consegui lançar meu CD, meu livro, meu sei lá o quê, mas hoje vivo pleno, entre o extâse e a inércia. Ali, onde, aparentemente nada acontece, enquanto tudo se define. Ali, quando simplesmente SOU EU!

E o que realmente interessa?

Infinito agoraÉ comum hoje, quando estamos esgotados da vida, pararmos e analisarmos tudo. Às vezes insatisfeitos, noutros perdidos. Nesses dados momentos, quando ao olharmos ao nosso derredor e nada parecer real o suficiente, nosso coração sempre questiona sobre o que nos trouxe até aqui e até onde chegaremos. Ou melhor: o que estou fazendo da minha vida?

Em uma situação um tanto obscura, como virar o jogo? Como se sentir tranquilo, aceito, agradado, calmo e seguro? Como encontrar razões para gratidão e para ter nossos desejos acalentados? Satisfeitos? Como adquirir o sentimento de plenitude, de ser completo? Somente quando se olha para o lado e se vê cercado de quem realmente lhe interessa. Somente quando eu descubro a ordem certa das coisas certas. Somente quando eu encontro o sentido da minha vida.

Às vezes, num simples momento quando a tarde para e traz um silêncio, ou quando o vento sopra ao nosso favor. Ou até mesmo quando nossos sentimentos não nos enganam acerca da falta daquilo que ainda está por vir. Por vezes, nesses momentos fugazes, que Deus ­- sendo quem nos interessa – está apenas tentando nos trazer o seu sossego, nos fazendo perder a noção do tempo, nos parando, nos desacelerando chamando-nos a atenção e nos dando a sensação da eternidade e do infinito agora.

Não seria nesses momentos, quando ele nos dá sua palavra, nos afirma, promete, confirma e nos segura em suas mãos? Sim, quando percebemos em nossos ouvidos o sussurro daquele e daquilo que realmente importa. Ainda que no conhecimento do intangível ou na confusão do inconcebível ou na satisfação do abandono. Na compreensão da importância de cada acontecimento e da finitude fugaz do instante guardado ou na percepção íntima da voz intuitiva daquele que continua sendo só o que interessa.

Nos grandes acontecimentos do universo ao finito ínfimo e fugaz acontecido. No azar, na tristeza, ou na instabilidade e até mesmo na loucura, eu ainda preciso me manter consciente de quem interessa. Daquele que além dos meus sentidos e percepções, do meu entendimento e capacidade de conhecimento, em quem todas as coisas são, existem e permanecem. É nele, em Deus, que está tudo o que realmente interessa.

Agora, a letra da música que me levou a essa reflexão:

É o que me interessa
(Lenine/Dudu Falcão)

Daqui desse momento, do meu olhar pra fora, o mundo é só miragem.
A sombra do futuro, a sobra do passado, assombram a paisagem.
Quem vai virar o jogo e transformar a perda em nossa recompensa?
Quando eu olhar pro lado, eu quero estar cercado
só de quem me interessa.  

Às vezes é o instante, a tarde faz silêncio,
o vento sopra a meu favor.
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
de um tempo que ainda não passou.
Me traz o seu sossego, atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa.
Me dá sua palavra, sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.

A lógica do vento, o caos do pensamento, a paz na solidão,
A órbita do tempo, a pausa do retrato, a voz da intuição,
A curva do universo, a fórmula do acaso, o alcance da promessa,
O salto do desejo, o agora e o infinito só o que me interessa.

Um Novo Cântico

harpa

Quando o Senhor me livrou de um lamaçal e me firmou numa rocha, dizia Davi, ele colocou um cântico novo em meus lábios, um hino de louvor, de reconhecimento ao Senhor meu Deus. Davi fala sobre um cântico novo. Uma das possíveis interpretações nesse texto para mim, seria um cântico recente. Novo no sentido de ser recente, de não ser sobre coisas que aconteceram a muito tempo e sim daquilo que ainda está fresco na minha mente. Era como se Davi tivesse aconselhando sobre ter um reconhecimento sobre Deus, não daquilo que ele fez no passado, mas daquilo que faz agora no presente.

Como é facil para nós ficarmos lembrando o tempo quando tudo era muito tranquilo. Ou de quando nós récem tínhamos correspondido às diversas iniciativas de Deus por nós. Sobre como era bom aquele tempo em que tudo era tão novo, tão simples, tudo tão romântico e perfeito. Às vezes aparenta que nosso Deus estava presente em nossa realidade no passado como jamais estará.

Mas espera, o que é isso que Davi está falando? Não é sobre um cântico antigo colocado em meus lábios e sim um novo, recente, fresco cântico. E este não é um cântico de tristeza, nem de luto ou decepção, muito menos de nostálgia. Não é também um cântico de esperança, ou coisa parecida. Não proclama o futuro, nem relembra o passado. Mas sim um cântico novo, (lembre-se recente, fresco) um hino de louvor! De reconhecimento!

Re-co-nhe-ci-men-to. Só é possivel reconhecer aquilo que um dia foi conhecido. Para reconhecer é preciso conhecer primeiro. Faz-se necessário relacionamento. Conhecimento. Andar juntos. Companheirismo. Ouvir a voz. Ouvir de novo. Falar, uma, duas, três vezes. Discordar um do outro. Convencer um ao outro. Quando conhecendo a Deus, fica mais simples reconhecer o seu agir.

Às vezes, quando o Senhor parece ausente ou distante, não conseguimos reconhecer as pistas que ele deixa sobre seu mover. Por que? Será que não o temos conhecido suficientemente? Será que temos nos permitido ficar alheios diante de tal sensação, como se realmente pudéssemos nos ausentar dele?

Não deixe que o corriqueiro, o cotidiano, roube você da presença de Deus, de tal forma que você fique alheio ao que ele tem realizado. Por menor que seja seu agir, por mais singelo e puro que seja o sussuro da sua voz durante a tempestade. Se você o tem conhecido poderá reconhecê-lo, mesmo numa simples brisa e então um cântico recente, fresco, “NOVO” brotará em seus lábios.

Se eu estiver lá…

beach-in-the-rain

Ontem a noite coloquei minhas roupas no varal, o céu estava limpo e dificilmente eu acreditaria que iria chover. Apesar de Deus ter falado comigo sobre a chuva que viria, mas quem disse que eu acreditaria ouvir a voz de Deus assim, tão simples e num assunto tão corriqueiro e pouco religioso. Afinal, Deus ainda é um ente religoso.

O mais engraçado foi ter sido acordado no meio da madrugada, por causa dos ventos e relâmpagos e dos trovões. Enfim, deu tempo de correr e retirar minhas úmidas roupas do varal e arrumá-las num local coberto. O melhor foi que depois disso fiquei tentando entender o pouco do meu relacionamento com Deus, e de acordo com que a chuva ia se intensificando, imagens e palavras vinham em meu pensamento. Uma delas foi sobre o homem que constrói sua casa na areia ou na rocha, citada por Jesus no sermão do monte.

Na imagem que Jesus propõem para dinamizar seu ensino, o cenário é o mesmo, as duas casas estão na praia. Se essa imagem faz menção sobre ouvir a palavra de Deus e torná-la prática, o onde, o quando e o porque estão implícitos e relacionados ao ouvir. Porém, o que vai definitivamente determinar as coisas é o “como”. Esse sim fala da prática das verdades e palavras de Deus. Ás vezes, penso que minha reflexão pode parecer confusa, por que aparentemente, quando Jesus fala de um homem que constrói na areia e outro que constrói na rocha, esteja falando sobre “onde” se deve construir, na areia ou na rocha, contudo acredito que ele está falando sobre “o como”. Por que tanto a areia, quanto a rocha estão no mesmo lugar, no mesmo onde: na praia.

Temos ao nosso redor, pessoas no mesmo lugar, na mesma situação, pela mesma razão, mas vivenciando tudo de forma diferente. Se você fizer um pequeno esforço vai perceber que ao seu redor acontece a mesma coisa. Pessoas como você na mesma igreja, escola, trabalho, mesma situação, ouvindo as mesmas coisas, as vezes com as mesmas necessidades, lutando pelos mesmos motivos e ideais, no entanto vivendo tudo de forma diferente, percebendo tudo de uma forma muito diferente, e muitas vezes opostas.

Para mim a resposta foi clara: como que estão? Como está o coração de cada um desses homens. Sobre qual fundamento estão estabelecidos. Quais são os seus valores. Quem está lá com eles. E eles estão lá também? E eu? Será que Deus está lá nos meus valores, ou só estou eu? Ou será que estou tão enganado sobre mim mesmo, que os meus valores não refletem em nada a minha vida? Que eu não estou nos meus valores?Será que estou tão alheio à realidade daquilo que Deus tem me proposto, que estou construindo tudo numa ilusão onde nem mesmo eu me encontro ali?

A impressão que eu tenho é que muitas das vezes estamos ouvindo verdades, mas ainda construindo nossas vidas em ilusões. Não estamos lá, onde a verdade está. E se estamos ainda escolhemos não se conforma à verdade. Não estou como a verdade, estou como eu quero, como eu penso, como eu gosto, mas nunca como a Verdade diz, como ela quer, como a Verdade ensina.

Se eu tenho ouvido a palavra de Deus, eu estou no lugar certo. Se eu não torno prática a palavra de Deus, estou da forma errada. No lugar certo, da forma errada. Uma casa na praia realmente é um lugar perfeito desejável, por causa da vista, da beleza a se apreciar e desfrutar. Viver numa praia terá bons momentos de sol e momentos de chuva e tempestade. Como eu vou viver ali, se num lugar seguro e firme, é o que vai determinar tudo.

Ter um relacionamento com Deus é otimo. Frequentar reuniões em uma comunidade cristã, por que eu preciso ser salvo, e quero amar mais a Deus, quero expressar o amor de Deus aos outros, vivenciar disciplinas “espirituais”, como oração, leitura bíblica, jejum, meditação, solitude e etc. Uau! Tudo isso é perfeito. Mas, no fim, o que importa é como vou me posicionar diante desse relacionamento, como vou responder a Deus, como pratico essas disciplinas, como frequento a comunidade cristã e principalmente como sou conhecido por Deus.